Os doces de uma forma geral não fazem muito bem à saúde, e eles devem
 ser evitados ao máximo. Mas eu sei que algumas vezes - principalmente 
para as mulheres durante a TPM – ansiamos por um doce. Então quando isso
 acontecer, qual é o açúcar mais indicado que possamos usar?
Antes de chegarmos a resposta, vou procurar explicar toda a bagunça e confusão que o açúcar refinado faz com nosso organismo.
As consequências da presença de carboidratos refinados na nossa 
alimentação (açúcar branco, arroz branco, farinha branca, etc) são 
devastadoras. Antes de tudo, trata-se de um alimento altamente ácido 
que, a fim de ser digerido, precisa que alguns minerais (especialmente o
 cálcio) sejam retirados de alguns órgãos (especialmente dos ossos) a 
fim de ajustar o pH do sangue e trazê-lo para suas taxas normais. O pH 
sanguíneo normalmente varia de 7,35 a 7,45; quando sai dessa faixa, pra 
cima ou pra baixo, as nossas células não conseguem trabalhar 
corretamente, e se nada for feito para corrigir, acabamos entrando em 
coma e/ou morrendo. Mas, nosso organismo é muito inteligente e ele fará 
tudo que puder para manter o pH sanguíneo dentro da faixa correta. 
Quando ingerimos algum alimento muito ácido, como açúcar refinado, por 
exemplo, nosso organismo se utiliza de um mecanismo para manter o pH em 
níveis saudáveis; este mecanismo consiste em retirar cálcio, que é um 
mineral super alcalino, de nossos órgãos afim de baixar a acidez que o 
açúcar refinado produz. Também, carboidratos refinados elevam as taxas 
de açúcar no sangue que pode levar o pâncreas a secretar mais insulina 
no organismo, dessa forma colocando muito trabalho neste órgão e 
gradativamente faz com que ele pare de produzir insulina em quantidades 
suficientes, ou até mesmo fazer com que as células se tornem resistentes
 a insulina. Portanto, levando o organismo à diabete. Quando há muita 
insulina na corrente sanguínea causada pela alta taxa de glicose no 
organismo (hiperglicemia), muita glicose acaba entrando nas células 
causando uma grande queda da taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia). 
Durante o período de hiperglicemia o corpo recebe sinais para armazenar 
gordura. E durante a hipoglicemia, o corpo sente fome, treme, fica 
fraco, nervoso e pede por mais doce. Isso cria um ciclo vicioso que 
desequilibra o funcionamento do pâncreas, as taxas de energia e as 
mudanças de humor. Isso também deixa as pessoas mais propícias a 
ganharem peso, ou ao menos não permitem a perda de peso, porque o 
organismo está o tempo inteiro armazenando gordura ou sentindo fome! 
Então é muito importante evitar carboidratos refinados (açúcar, farinha,
 massa, pão...) de forma a manter as taxas de açúcar constante, a mente 
feliz e o corpo elegante.
É bem provável que você já tenha visto 
alguns alimentos industrializados fazerem menção ao índice glicêmico 
(IG) do alimento. O IG exibido na embalagem de alguns produtos significa
 simplesmente o quanto o produto vai elevar as taxas de açúcar na sua 
corrente sanguínea. Um IG baixo significa que o alimento não aumenta 
muito o nível de glicose no sangue, e um IG alto significa que o 
alimento eleva muito o nível de glicose no sangue.  Porém o índice glicêmico não te informa as outras reações que o produto pode causar no 
seu organismo. Por exemplo: o Néctar de Agave tem um IG baixo, de apenas
 15-30. Mas o seu teor de frutose (açúcar da fruta) varia de 75-95% 
(dependendo do quanto ele foi processado), o que é um percentual muito 
elevado de frutose.
Portanto não deixe ser enganado pela tabela do
 IG, pois a frutose tem um IG bem baixo já que ela é metabolizada pelo 
organismo de uma maneira diferente da qual a glicose é metabolizada. A 
frutose tem que passar primeiro pelo fígado, onde ele vai converter essa 
molécula para glicose e assim joga-la na corrente sanguínea. E o 
processo pelo qual a frutose é convertida pelo fígado em glicose é o que
 o faz trabalhar mais que o normal, levando ao que se chama de 
fígado-gordo, e ao aumento das taxas de colesterol e de triglicerídeos. 
Por esse motivo, mesmo que um produto tenha o IG bem baixo, ele ainda 
tem grande impacto sob o funcionamento do organismo principalmente o 
fígado. Dessa forma, se a glicose faz com que o pâncreas trabalhe além 
do normal, e a frutose ataca o fígado, o que nos resta?
Bem, 
quando a glicose é acompanhada de fibras, gordura, vitaminas e minerais,
 ela é libera de forma lenta e gradativa, o que evita o pico de açúcar 
no sangue. Assim como quando a frutose está acompanhada de fibras, o 
fígado não tem que trabalhar tanto. Então, para que o açúcar seja 
considerado bom ele precisa:
•    Não ter muita frutos na sua composição e deve vir acompanhado de vitaminas, minerais e fibras.
Os
 produtos abaixo contém altas doses de frutose, são altamente 
processadas, e são calorias vazias (fornecem nada além de carboidratos –
 glicose e/ou frutose). Se consumidas frequentemente e/ou em grandes 
quantidades podem levar ao aparecimento do câncer, problemas no fígado, 
diabetes, doenças cardíacas, imunidade baixa, só para citar alguns.
•   Xarope de milho com alta taxa de frutose = High fructose corn syrup - HFCS
•   Xarope de milho = Karo
•   Açúcar branco = Sacarose
•   Açúcar invertido = glicose + frutose
•   Frutose
•   Agave
Os
 tipos de açúcar abaixo são escolhas muito mais saudáveis que os 
anteriores. No entanto, não devem ser usados de forma rotineira. Sugiro 
que os use no preparo de um bolo ou torta para ocasiões especiais como 
festas de aniversario, comemorações ou apenas para dar aquele “tchan” em
 algum molho ou prato.
•   Malte de cevada
•   Xarope de arroz integral
•   Rapadura
•   Açúcar mascavo
•   Açúcar do coco
•   Maple Syrup
Segue
 abaixo a lista dos adoçantes que considero os melhores. Portanto, 
acredito que açúcar é açúcar, e qualquer forma de doce concentrado não é
 legal para o organismo em grande quantidade. Então não importa muito 
qual o tipo de açúcar que usamos, mas sim a quantidade e a frequência 
com que o ingerimos. Porém os 3 adoçantes que cito abaixo têm algumas 
propriedades medicinais ou são altamente nutritivos que vale a pena os 
ingerir. Estes são aqueles que você deve ter em casa para adoçar 
qualquer coisa:
•    Melado de cana não-sulforizado (não recebe ácido sulfúrico no processo onde o mesmo é retirado da cana de açúcar) -
 Muito rico em cálcio, ferro, cobre, magnésio, fósforo, potássio e 
zinco. É também um alimento alcalino.
•    Mel natural cru (não 
pasteurizado ou processado) - contém a pólen da abelha, própolis, 
antioxidantes, enzimas, algumas vitaminas e minerais, e possui também 
propriedades antibióticas. Não aqueça o mel cru senão ele perde todas as
 suas propriedades maravilhosas! Então, se for fazer um bolo ou algo que
 vá ao fogo/forno, prefira usar o melado.
•    Stévia natural - 
esta planta é um adoçante natural, com praticamente zero caloria e 
carboidrato (índice glicêmico 0). Mas seja cuidadoso quando for comprar a stévia para não escolher marcas que sejam altamente processadas, pois 
muitas vezes a stévia é misturada com outros adoçantes artificiais. A stévia natural confiável é aquele pozinho verde que se encontra de vez 
em quando nas lojas de produtos naturais.  
Mas não esqueçam que 
qualquer forma de açúcar concentrado (todas acima) devem ser consumidas 
com moderação. Isso quer dizer que, não podemos comer uma torta inteira 
só porque ela foi feita com melado. Um pedaço já é suficiente!!! E aos 
poucos vamos assim aprendendo a comer menos e menos açúcar concentrado… 
de qualquer tipo!
Fonte: Bela Gil 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário